A sonda espacial Cassini descobriu uma atmosfera de oxigênio em Dione, uma das 62 luas conhecidas de Saturno, anunciou a equipe responsável pela missão na última sexta-feira (2). A descoberta foi feita por meio de um sensor da nave, chamado espectrômetro de plasma, durante missão ocorrida em 2010.
Segundo os cientistas, a concentração de oxigênio na atmosfera da lua é 5 trilhões de vezes menos densa que a da Terra, não havendo condições para sustentar a vida humana. “A atmosfera de oxigênio de Dione é tão escassa que equivale a atmosfera terrestre a uma altitude de 480 km”, afirmou o cientista Robert Tokar, um dos envolvidos na pesquisa.
A origem da fina atmosfera em Dione também se deu de forma diferente comparada com a da Terra. De acordo com Tokar, em Dione o oxigênio é formado por fótons solares ou partículas de alta energia que bombardeiam a superfície coberta de gelo da lua, possivelmente quebrando a molécula da água congelada e transformando-a em hidrogênio e oxigênio.
"Isso mostra que o oxigênio molecular é realmente comum no sistema de Saturno e reforça que ela pode vir de um processo que não envolve a vida", comentou o cientista, sem descartar a possibilidade da atmosfera também ser alimentada por processos geológicos em Dione.
Essa é a segunda vez que a Cassini encontra uma atmosfera com oxigênio no complexo sistema lunar de Saturno. Em 2010, a sonda espacial também havia detectado oxigênio e dióxido de carbono em baixa concentração na lua Reia, a segunda maior lua de Saturno.
No caso de Dione, entretanto, os cientistas não pensavam que o satélite natural pudesse abrigar atmosfera devido ao seu pequeno tamanho. A gélida lua tem apenas 1.123 quilômetros de largura e orbita Saturno a cada 2,7 dias.
Lançada em 1997, a sonda espacial Cassini tem orbitado Saturno desde a sua chegada ao planeta em 2004. A missão é um investimento conjunto entre a Nasa e a Agência Espacial Europeia, cujo objetivo é estudar as mudanças climáticas em Saturno e em suas luas.

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